Alenda do Holandês Voador, uma das mais enigmáticas e antigas do folclore marítimo, conta a história de um navio-fantasma condenado a navegar eternamente pelos mares. Diz-se que o capitão do navio, muitas vezes identificado como Hendrik van der Decken, desafiou os deuses e foi amaldiçoado por sua arrogância e blasfémia.
A história remonta ao século XVII, numa viagem de regresso da Índia para a Holanda. O navio, apanhado numa tempestade violenta ao tentar contornar o Cabo da Boa Esperança, estava prestes a naufragar. O capitão, obstinado e determinado a não render-se aos caprichos do mar, jurou que completaria a sua viagem custasse o que custasse, mesmo que tivesse que navegar até ao Dia do Juízo Final.
Esta declaração de desafio aos poderes celestiais selou o destino do capitão e da sua tripulação. Desde então, o Holandês Voador tornou-se um presságio de desgraça, com muitos marinheiros relatando ter visto o navio fantasmagórico, envolto em uma aura sobrenatural, a navegar contra as ondas e o vento, desafiando as leis da natureza.
A lenda também diz que o capitão, atormentado pelo seu destino eterno, procura a cada sete anos um redentor que possa quebrar a maldição, permitindo-lhe finalmente repousar em paz. No entanto, até hoje, nenhum mortal foi capaz de libertar o Holandês Voador do seu tormento infinito.
O Holandês Voador tornou-se um símbolo icónico na cultura marítima, representando a luta eterna do homem contra as forças da natureza e a consequência da arrogância humana. A sua história tem sido recontada através de gerações, mantendo viva a lenda nas águas inquietas e misteriosas dos oceanos do mundo.