A história da madeira de teca - uma árvore que une Portugal, a Ásia e o Brasil - Mundo Nautico
Mundo Nautico
  • Home
  • Crónicas
  • Dicas
  • Motor
  • Vela
  • Equipamentos
  • Eventos
No Result
View All Result
  • Motosport
  • Motomais
  • Offroad Moto
  • Revistamotos
  • Revistacarros
  • Calibre12
Mundo Nautico
  • Home
  • Crónicas
  • Dicas
  • Motor
  • Vela
  • Equipamentos
  • Eventos
No Result
View All Result
Mundo Nautico

A história da madeira de teca – uma árvore que une Portugal, a Ásia e o Brasil

Redação por Redação
1 de Outubro, 2025
em Manutenção
A A
A história da madeira de teca – uma árvore que une Portugal, a Ásia e o Brasil

Share on FacebookShare on Twitter

Por: Cristina Veit

A madeira de teca é reconhecida mundialmente como uma das matérias-primas mais nobres e duradouras utilizadas na indústria naval. Com origem em florestas tropicais do sudeste asiático, esta madeira destaca-se pela sua resistência natural à água salgada, às variações climáticas e à ação de fungos e insetos, características que a tornaram, ao longo dos séculos, a escolha preferida na construção e no revestimento de embarcações. Para além da robustez estrutural, a teca alia beleza estética, com a sua cor dourada e veios elegantes, à praticidade, já que exige pouca manutenção quando comparada a outras madeiras. Por estas razões, continua a ser um material de referência incontornável para quem procura qualidade e longevidade na construção naval.

Sabia que a madeira de teca (Tectona grandis) é utilizada pelo ser humano há milénios? Registos históricos e linguísticos revelam a longa relação entre esta espécie e diversas culturas da Ásia.

Artigos relacionados

Propspeed anuncia colaboração com a Seakeeprs

Propspeed anuncia colaboração com a Seakeeprs

30 de Maio, 2025
VETUS Hispania celebra 50 anos de presença no mercado espanhol

VETUS Hispania celebra 50 anos de presença no mercado espanhol

10 de Maio, 2025

Originária da Índia, de Myanmar, da República Democrática Popular do Laos e da Tailândia, a teca foi também amplamente introduzida noutras regiões tropicais, como Java, na Indonésia, onde se adaptou com sucesso e se tornou comum. Desde tempos antigos, já era exportada do subcontinente indiano para o Golfo Pérsico.

Na Índia, a teca é conhecida e valorizada há mais de dois mil anos. O seu nome em sânscrito é saka, e nas línguas dravídicas do sul da Índia, como o tâmil, surge como tekku. Foi desta forma que os portugueses a encontraram nas suas viagens ao Oriente, adaptando o termo para “teca” – que, mais tarde, deu origem à palavra inglesa teak.

Graças às suas qualidades excecionais – como a durabilidade, a resistência à água e aos insetos – a teca foi inicialmente usada na construção de coberturas de templos e palácios. Rapidamente, porém, conquistou também um lugar de destaque na construção naval tradicional, um uso que perduraria por séculos e ajudaria a consolidar a sua fama global.


Do Índico à Europa: como a madeira conquistou os mares

A teca chegou à Europa através das expedições de Vasco da Gama, no final do século XV. Durante as suas viagens à Índia, o navegador ficou impressionado com a robustez dos barcos locais construídos com esta madeira. Após ver as suas próprias embarcações sofrerem com brocas marinhas, reconheceu na espécie uma aliada.

No final do século XVIII e início do XIX, a teca desempenhou um papel central nas tensas relações entre França e Inglaterra, num contexto de guerra quase contínua. Utilizada sobretudo na construção naval pela sua durabilidade e resistência, tornou-se um recurso estratégico.

Graças ao acesso privilegiado às florestas de teca da Índia, a Coroa britânica dispunha de uma vantagem comparativa crucial sobre os franceses, evidenciando as bases do poder colonial britânico.

história

Do convés de navios aos bancos de jardim

A utilização da teca em mobiliário de exterior no Reino Unido tem uma origem curiosa. Com a substituição dos antigos veleiros com casco de teca por navios a vapor em aço, a madeira dessas embarcações desativadas começou a ser reutilizada – e foi assim que a teca encontrou uma nova vida, sob a forma dos icónicos bancos de jardim nos parques de Londres, alguns dos quais ainda hoje existem.

Com o desenvolvimento de plantações em territórios sob domínio britânico e holandês, como a Índia e a Indonésia, a madeira tornou-se mais acessível, consolidando-se como uma escolha natural tanto no mobiliário de exterior – urbano e particular – como nos decks de embarcações, impulsionada pela popularização do lazer náutico e pelo uso crescente em veleiros e outras embarcações.


A expansão das plantações no Novo Mundo

A primeira plantação de teca nas Américas foi estabelecida pelos britânicos em Trinidad e Tobago, em 1913, a partir de sementes trazidas da Birmânia – atual Myanmar.

Em 1968, no Brasil, o engenheiro agrónomo Luis Flavio Veit deu início a ensaios de campo com diversas espécies tropicais. A sua principal motivação era encontrar alternativas sustentáveis à madeira nativa, sobretudo ao mogno (Swietenia macrophylla) – conhecido localmente como araputanga –, para o qual havia pouca perspetiva de suprimento sustentável. Pretendia também responder às exigências do novo Código Florestal, promulgado em 1967, que obrigava à reposição das florestas exploradas.

Os ensaios realizados na região de Cáceres, no estado de Mato Grosso, incluíram espécies nativas, como o próprio mogno, e espécies exóticas – entre as quais o pinheiro, o eucalipto, o cedro-australiano e a teca. As mudas de mogno foram severamente atacadas por uma praga tropical específica de meliáceas. Já a teca, extremamente rústica, não era atacada nem pelas formigas-cortadeiras e destacou-se pelo seu rápido crescimento em altura, o que favorecia a sua dominância em relação à vegetação concorrente.

A decisão de optar pela teca foi reforçada pela recomendação de um investigador florestal do USDA Forest Research Station, de Porto Rico, que afirmou: “Where mahogany grows, teak grows even better.” Ele sugeriu ainda que Luís viajasse até Trinidad e Tobago para conhecer as plantações locais e tratar da aquisição de sementes.

Durante sete anos consecutivos, sementes provenientes de plantações com origem genética na região de Tenasserim – hoje Tanintharyi – conhecida pela alta qualidade e pela tonalidade dourada da sua madeira, abasteceram os viveiros da Cáceres Florestal S/A, empresa responsável pelas primeiras plantações comerciais de teca no Brasil.

A jornada pioneira que deu raízes ao futuro

A Cáceres Florestal deu continuidade ao seu papel pioneiro, desenvolvendo técnicas próprias de manejo, poda e desbaste da teca, com base em investigação técnica e experiência de campo — numa época em que havia pouco conhecimento local sobre a espécie. O Manual do Plantio de Teca, publicado pela empresa, teve um papel fundamental na difusão da cultura no Mato Grosso e em estados vizinhos.

Um marco neste percurso foi a definição de um ciclo de corte de 40 anos – um prazo significativamente mais curto do que os 60 a 100 anos praticados nas florestas e plantações do Sudeste Asiático – tornando o cultivo economicamente viável num horizonte mais acessível.

A partir de 2001, com as primeiras árvores a atingir a maturidade, iniciou-se uma nova fase: o diálogo com carpinteiros navais no Brasil. A empresa passou a conhecer em detalhe as exigências da construção de conveses e a criar produtos para essa realidade. Dessa colaboração nasceu o fornecimento de madeira serrada da classe FEQ (First European Quality), com ripas de grão radial e semirradial, ideais para o revestimento de veleiros, embarcações a motor e iates.


Das plantações brasileiras aos estaleiros europeus

Em 2022, nasceu a Eco Teak, subsidiária em Portugal, com a missão de fornecer teca serrada certificada ao mercado europeu, incluindo o Reino Unido e o espaço Schengen.

A madeira disponível atualmente provém de árvores com mais de 40 anos, plantadas em 1982, e é certificada FSC® 100%. Esta certificação atesta não só a origem legal da madeira, como também o respeito pelas exigentes normas ambientais da União Europeia.

Todos os produtos encontram-se em stock em Portugal, prontos para entrega imediata. Paralelamente, está em curso o desenvolvimento de uma base de dados para aproximar proprietários de embarcações e carpinteiros navais de diferentes regiões — uma ferramenta pensada para facilitar a renovação de conveses, promover a partilha de conhecimento técnico e estimular novas colaborações no sector náutico.

Siga-nos no Instagram @ecoteak para acompanhar novidades, curiosidades sobre a teca e a história da nossa empresa.

Tags: Madeira de TEcaNotícias
Redação

Redação

Artigos relacionados

Propspeed anuncia colaboração com a Seakeeprs
Manutenção

Propspeed anuncia colaboração com a Seakeeprs

por Victoria Calderon
30 de Maio, 2025
VETUS Hispania celebra 50 anos de presença no mercado espanhol
Manutenção

VETUS Hispania celebra 50 anos de presença no mercado espanhol

por Victoria Calderon
10 de Maio, 2025
Próximo artigo
Barcelona Clúster Nàutic e Cluster Yachting Monaco reforçam colaboração

Barcelona Clúster Nàutic e Cluster Yachting Monaco reforçam colaboração

Novo Menorquín 48 é um modelo que consolida o estaleiro

Novo Menorquín 48 é um modelo que consolida o estaleiro

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Tendências
  • Comentários
  • Novidades
Zodiac Medline 5.8 – em vídeo

Zodiac Medline 5.8 – em vídeo

31 de Maio, 2025
CatanaGroup lança primeiro modelo Inboard Yot e é Made in Portugal

CatanaGroup lança primeiro modelo Inboard Yot e é Made in Portugal

3 de Junho, 2025
Não se perca no mar: Tudo o que precisa saber sobre Balizagem Marítima

Não se perca no mar: Tudo o que precisa saber sobre Balizagem Marítima

8 de Abril, 2024
Carta de Marinheiro

Carta de Marinheiro

23 de Novembro, 2023
Carta de Marinheiro

Carta de Marinheiro

2
MUNDO NÁUTICO MARCA PRESENÇA NO CANNES YACHTING FESTIVAL

MUNDO NÁUTICO MARCA PRESENÇA NO CANNES YACHTING FESTIVAL

0
Genoa Boat Show

BOAT SHOW 2023 CHEGA A GENOVA, ITÁLIA

0
Motores fora de bordo: Honda Marine

Motores fora de bordo: Honda Marine

0
Novo Menorquín 48 é um modelo que consolida o estaleiro

Novo Menorquín 48 é um modelo que consolida o estaleiro

2 de Outubro, 2025
Barcelona Clúster Nàutic e Cluster Yachting Monaco reforçam colaboração

Barcelona Clúster Nàutic e Cluster Yachting Monaco reforçam colaboração

1 de Outubro, 2025
A história da madeira de teca – uma árvore que une Portugal, a Ásia e o Brasil

A história da madeira de teca – uma árvore que une Portugal, a Ásia e o Brasil

1 de Outubro, 2025
ARES Yachts inicia construção do Superiate Spitfire de 50,55 m

ARES Yachts inicia construção do Superiate Spitfire de 50,55 m

27 de Setembro, 2025

Sobre

Noticias do setor náutico, novidades e muito mais.

Informação importante

Contactos
Ficha técnica
Política de Privacidade
Termos e condições

Tags

Aspiracional barcelona barcos Beneteau boatcenter cannes Cannes Yachting Festival Crónicas De Antonio Yachts destaque Dicas Dota 2 Equipamentos Esport Eventos Game Honda Marine Iates Iates de Luxo lifestyle magazine Marina Mercury Racing motor Mundo Náutico Nautel Nauticampo Nauticampo 2024 News noticias Notícias Palma International Boat Show Promoções Quicksilver segurança soledad Soproyachts sustentabilidade Suzuki Marine Tecnologia Tips Valorant Vela Yamaha Yamaha Marine

GRUPO V

Motosport
Motomais
Offroad moto
Revistacarros
Revistamotos
Calibre12
Mundonautico

  • Purchase Now
  • Features
  • Demo
  • Support

© 2025 Mundo Náutico

No Result
View All Result
  • Home
  • Crónicas
  • Dicas
  • Motor
  • Vela
  • Equipamentos
  • Eventos

© 2025 Mundo Náutico