Na sexta-feira, 6 de junho, na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), a Energy Observer revelou o EO3, o seu novo navio-laboratório de expedição, concebido para explorar novas soluções de descarbonização marítima e energética. Este catamarã oceânico pioneiro, um verdadeiro centro de inovação flutuante, marca o início de uma nova aventura ao redor do mundo intitulada “Em busca da neutralidade de carbono” (2025-2033).

Liderado por Victorien Erussard, presidente fundador da Energy Observer, o EO3 foi revelado na presença de Agnès Pannier-Runacher, Ministra da Transição Ecológica, Biodiversidade, Florestas, Mar e Pesca, que veio reafirmar o compromisso da França com a proteção do oceano e apoiar o lançamento oficial desta expedição, na presença de numerosos atores institucionais, parceiros e representantes da economia azul.
EO3, orgulhoso sucessor do EO1, é um catamarã de expedição de nova geração que encarna o futuro dos navios de baixo carbono. Concebido desde o início como um navio profissional, o EO3 pertence à categoria de navios comerciais que cumprem as normas internacionais — um avanço significativo em relação ao EO1, um navio experimental de recreio, que abre caminho para projetos com vocação industrial e regulamentar
Projetado pelo gabinete VPLP design, em co-design com o designer Félix Godard, o EO3 combina desempenho marítimo, sobriedade energética e modularidade para acolher tecnologias embarcadas de nova geração.
Face aos objetivos da Organização Marítima Internacional, que visa uma redução de 70% das emissões de gases com efeito de estufa até 2040, o EO3 posiciona-se como um pioneiro.
Estes sistemas serão avaliados em condições reais de navegação — uma comparação inédita que visa medir o seu desempenho energético, a sua robustez operacional, mas também o seu impacto ambiental.
Embora não tenha emissões diretas de CO₂ e seja muito promissor para a descarbonização, o amoníaco pode gerar emissões tóxicas, como óxidos de azoto (NOₓ) e partículas, quando utilizado num motor de combustão interna, além de causar problemas de nocividade a bordo. É por isso que a EO3 integra sistemas de redução como o SCR (redução catalítica seletiva) em pós-combustão ou catalisadores embarcados para conter essas emissões.

A expedição incluirá um programa técnico focado na segurança da utilização marítima do amoníaco — toxicidade, armazenamento, gestão do «slip» do amoníaco — a fim de documentar, em parceria com as autoridades e as sociedades de classificação, as boas práticas e alimentar as futuras normas internacionais.
EO3 não é apenas um navio: é um centro de inovação embarcado, concebido para acolher especialistas, projetos de engenharia, filmagens audiovisuais e eventos internacionais.
Para levar a bom termo esta expedição mundial de grande envergadura e as suas iniciativas para sensibilizar o grande público para os desafios da transição, a Energy Observer já conta com o empenho dos primeiros parceiros oficiais, que aderem plenamente à sua visão, valores e objetivos:
Accor, Groupe Delanchy, Qair, Natixis, Groupe Roullier, Toyota e Chart Industries.
Estas colaborações estratégicas proporcionam um apoio financeiro, técnico e científico essencial para enfrentar o desafio da neutralidade carbónica e desenvolver as inovações que irão moldar a mobilidade marítima do futuro. Elas fazem parte de um ecossistema de parceiros públicos e privados, entre os quais o Crédit Maritime, parceiro histórico, comprometido ao nosso lado com a sua experiência e envolvimento no financiamento do navio.
Desde o seu lançamento em 2017, o navio-laboratório EO1 demonstrou a viabilidade de uma combinação de energias renováveis (hidrogénio, solar, eólica, hidrelétrica) ao percorrer mais de 68 000 milhas náuticas e fazer 101 escalas em mais de 50 países. Esta primeira odisseia permitiu testar em condições reais tecnologias revolucionárias, ao mesmo tempo que sensibilizou o grande público para os desafios energéticos e climáticos.
Com este legado, a expedição 2025-2033 abre um novo capítulo: uma série de sete missões temáticas, com o objetivo de avaliar os alavancadores concretos da neutralidade carbónica e esclarecer as escolhas coletivas em matéria de transição.
A expedição será lançada com o EO1, que voltará ao mar para a primeira missão dedicada à captura de carbono (2025-2026). O EO3 assumirá o relevo em 2027, para conduzir as sete missões seguintes ao lado de especialistas científicos, institucionais e industriais.
As sete missões da expedição:
· 2025–2026 – Missão 1: Captura de carbono – Tecnologias industriais e poços naturais
· 2027 – Missão 2: Mobilidade sustentável – Descarbonização dos transportes terrestres, marítimos e aéreos
· 2028 – Missão 3: IA e transição energética – Otimização de sistemas e pegada digital
· 2029 – Missão 4: Materiais estratégicos e economia circular – Metais críticos e soberania
· 2030–2031 – Missão 5: Modelos energéticos – Fósseis, renováveis e nucleares
· 2032 – Missão 6: Acesso à água – Gestão sustentável de um recurso vital
· 2033 – Missão 7: Volta ao mundo ártico – Resiliência e adaptação às alterações climáticas
Nove anos para compreender, conectar e transmitir
Concebida para combinar rigor científico, alcance mediático e ação concreta, esta nova expedição conta com uma equipa multidisciplinar alargada, um programa de investigação estruturado e um navio profissional concebido para acolher projetos a bordo e colaborações internacionais.
Cada missão resultará num livro publicado pela editora Gallimard, num documentário, bem como em conteúdos web e pedagógicos, a fim de partilhar os desafios, as descobertas e as soluções exploradas com o maior número de pessoas possível.